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04 de Junho de 2021

ATA 002/2021 - Revisão 004

Informações
  • Preparado por: Carlos Frederico Bastarz, relator
  • Revisado por: Fabielle Adriane Mota Alves, apoio administrativo
  • 04 de Junho de 2021

Coordenação: Saulo Ribeiro de Freitas e Pedro Leite da Silva Dias

REVISÃO DATA DA REVISÃO ALTERAÇÕES
R000 16/06/2021
  • Versão inicial
R001 21/06/2021
  • Revisão geral e adequação da escrita por Carlos Bastarz/INPE
R002 02/07/2021
  • Revisão geral e adequação da escrita por Fabielle Mota/INPE
R003 05/07/2021
  • Consolidação das alterações da R002 e revisão geral por Carlos Bastarz/INPE
R004 08/07/2021
  • Alteração solicitada por Roberto Souto/LNCC (pg. 3)

Membros Participantes

  • INPE: Antonio Ocimar Manzi, Caio Coelho, Carlos Frederico Bastarz, Chou Sin Chan, Daniel Vila, Haroldo Fraga de Campos Velho, Joaquim Eduardo Rezende Costa, João Gerd Zell de Mattos, Jorge Luís Gomes, Karla Longo, Luiz Flávio Rodrigues, Paulo Yoshio Kubota, Ronald Buss de Souza, Saulo Ribeiro de Freitas.
  • INMET: Francisco Quixaba Filho.
  • UFCG: Enio Pereira de Souza.
  • CENSIPAM: Ivan Saraiva.
  • ITA: Jairo Panetta.
  • INPA: Luiz Cândido.
  • MB: Flávia Rodrigues Pinheiro, Walid Maia Pinto Silva e Seba (ausente).
  • UFSM: Otávio Acevedo.
  • USP: Marcia Akemi Yamasoe, Pedro Leite da Silva Dias, Pedro Peixoto.
  • LNCC: Roberto P. Souto.
  • UFMS: Vinicius Buscioli Capistrano.
  • UFPA: Júlia Clarinda Paiva Cohen (ausente).

Participantes Convidados

  • Gilberto Bonatti/INMET
  • Faber Cuco/INMET
  • Renato Henrique Ferreira/INPE
  • Cristiane Mariano Zavati/INPE

Apoio Administrativo

  • Fabielle Adriane Mota Alves

Local, Data e Hora

Link da gravação

Repositório das apresentações

Reunião do Comitê Científico do Modelo Comunitário do Sistema Terrestre Unificado.

Às 15:00hs do dia 04 de Junho de 2021, reuniram-se virtualmente os representantes do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), UFCG (Universidade Federal de Campina Grande), CENSIPAM (Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia), ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), USP (Universidade de São Paulo), LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica), UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul) e MB (Marinha do Brasil), com o objetivo de discutir e dar continuidade aos trabalhos do Comitê Científico do Modelo Comunitário do Sistema Terrestre Unificado (MCSTU). Esta ata registra a memória da reunião realizada e congrega as informações inseridas no chat, como links e informações pertinentes às discussões realizadas. Seguindo a abertura da reunião, realizada pelo Saulo Freitas, este documento está orientado de acordo com as pautas estabelecidas pelo Saulo Freitas durante a sua apresentação.

Pauta 1 - Abertura

Saulo Freitas anunciou os novos membros do Comitê Científico do MCSTU, indicações da Marinha do Brasil (MB), Walid Maia Pinto Silva e Seba (ausente) e Flávia Rodrigues Pinheiro, os quais serão os pontos focais da MB no contexto do MCSTU e trarão as necessidades, demandas e contribuições da MB. Da UFPA, Júlia Clarinda Paiva Cohen (ausente), da USP, Marcia Akemi Yamasoe e do INPE, Karla Longo. Em seguida, foi dada a palavra para a apresentação dos novos membros.

Flávia Pinheiro iniciou a sua apresentação aos membros do MCSTU e informou que tomou conhecimento do Comitê Científico na semana anterior à data desta reunião. Esclareceu que, devido à ausência da MB nas primeiras reuniões, aproveita esta esta oportunidade para se inteirar sobre os assuntos e discussões no âmbito do MCSTU, pois a partir disso é que será possível identificar os pontos de colaboração e necessidades da MB com o MCSTU.

Saulo Freitas concordou e apontou sobre a possibilidade de marcar uma reunião específica com os membros da MB para explicar detalhadamente como a colaboração poderá ocorrer com as forças armadas.

Pedro Dias acrescentou que é importante ter um feedback das forças armadas, pois eles têm necessidades específicas. Quem trabalha com a parte operacional, sabe quais são as dificuldades que os modelos têm em termos de acurácia e que deve-se entender melhor quais são as especificidades desse grupo (DHN - Diretoria de Hidrografia e Navegação). Acrescenta que falta mão de obra e é necessário contar com a ajuda e a experiência de pessoas especializadas.

Flavia Pinheiro concordou sobre a ideia de marcar uma reunião para a próxima semana.

Saulo Freitas comentou que todas as propostas para o MCSTU sairão das reuniões do Comitê Científico, mas que o MCSTU está em fase de construção. Em seguida, passou a palavra à Karla Longo, a qual fez sua apresentação. Karla Longo em sua apresentação ao Comitê Científico do MCSTU, comentou sobre o seu trabalho com a composição química da atmosfera, com modelos que descrevem a sua composição química e a sua interação com os outros sistemas. Acrescentou que a sua expectativa é contribuir com o MCSTU, o qual representa o futuro da modelagem no Brasil.

Saulo Freitas anunciou que durante a presente reunião, Renato Henrique Ferreira e Cristiane Mariano Zavati, servidores do INPE, falarão sobre técnicas de gestão de projetos de alta complexidade.

Saulo Freitas informou que a Ata da 2a. Reunião do MCSTU está disponível. Reservou alguns momentos para que os membros do Comitê Científico pudessem se manifestar sobre as retificações na ata da reunião. Como não houve manifestações, declarou aprovada a Ata da 2a. Reunião do MCSTU.

Saulo Freiras retomou o assunto dos eventos científicos e do programa de colaboração com o ECMWF, no âmbito do MCSTU. Ressaltou uma questão importante, sobre a necessidade de aprofundar a discussão dos membros focais do Comitê Científico do MCSTU, pois há várias instâncias de participação no MCSTU e o Comitê Científico é uma instância superior.

Pauta 2 - Definição dos Membros do Comitê para Coletar e Documentar os Requisitos, Demandas e Contrapartidas do MCSTU

Saulo Freitas comentou sobre os membros atuais do Comitê Científico do MCSTU e sobre os temas aos quais estão associados. Informou sobre uma reunião entre Pedro Dias, ele e um grupo expandido da área da Oceanografia. Acrescentou que Júlia Cohen ficará responsável pelas universidades da região Norte do Brasil e que Flávia Pinheiro e Walid Seba serão os representantes da MB.

Ronald Buss comentou sobre a participação da MB, e como são dois representantes, supôs que um estivesse associado ao oceano e o outro, à atmosfera. Informou que no dia anterior à data desta reunião, foi feita uma live (transmissão ao vivo na internet) relacionada à sociedade de Oceanografia, onde falou-se bastante sobre o trabalho e o envolvimento que a MB tem com a rede REMO (Rede de Modelagem e Observação Oceanográfica).

Flávia Pinheiro informou que é a encarregada da divisão de Previsão Numérica Operacional, onde há duas seções - modelagem atmosférica e do oceano, as quais são integradas. Comentou que Walid Seba é da DGN (Diretoria Geral de Navegação) da MB, e que a DHN está subordinada à DGN. Com isso, a participação de Walid Seba será com enfoque organizacional, por parte da MB.

Otávio Acevedo comentou que iniciou os contatos na região Sul do Brasil, onde há dois cursos de meteorologia e outros em áreas afins. Acrescentou que a sua impressão é que deve ser feito um primeiro contato e depois a distribuição por áreas da Meteorologia. Questionou se este posicionamento está correto ou se é necessário buscar quais são as demandas da região Sul do Brasil para o MCSTU.

Saulo Freitas concordou e disse que é importante buscar demandas, identificar na região os processos mais importantes que o MCSTU deve ser capaz de resolver. Acrescentou que as Universidades serão importantes para a divulgação do MCSTU.

Otávio Acevedo comentou que a região Sul pode contribuir mais com a representação e modelagem da Camada Limite Planetária.

Saulo Freitas afirmou que é importante fazer a divulgação nas Universidades e identificar quais são as demandas regionais.

Jairo Panetta acrescentou à discussão dizendo ao Otávio Acevedo que não basta considerar apenas o aspecto meteorológico. Comentou que no Sul do Brasil há um grupo de PAD (Processamento de Alto Desempenho) representado pelo Philippe Navaux/UFRGS, que trabalha nessa área e que pode colaborar com o MCSTU. O importante é o "conjunto da obra", que transpõe o aspecto meteorológico.

Otávio Acevedo acolheu a informação e afirmou que será necessária ajuda com os aspectos do MCSTU que não são da sua especialidade.

Joaquin Costa comentou que a sua participação no Comitê Científico está na contribuição entre as atmosferas neutra e ionizada, no uso comuns dos dados (até em Assimilação de Dados) e nos experimentos que podem ser relacionados com as outras componentes do MCSTU.

Antonio Manzi contribuiu com a discussão dizendo que é necessário organizar a questão do representante local com o ponto focal que representa o país (essa pessoa deve ser uma facilitadora), pois PAD é um tema específico, cujos colaboradores podem estar em qualquer região.

Saulo Freitas concordou com Antonio Manzi e acrescentou que esse assunto deverá ser discutido.

Haroldo Fraga afirmou que as questões são complementares. Acrescentou que deve-se divulgar nas Universidades indicando onde estão as necessidades do MCSTU, mas de forma geral (nas áreas da Meteorologia, Oceanografia, PAD, Desenvolvimento de Software etc.). As equipes devem ser multidisciplinares. A questão é ampla e todos devem falar a mesma linguagem.

Luiz Flávio complementou dizendo que algumas Universidades tem vocação clara (e.g., qualidade de software) e que podem ser fundamentais para o desenvolvimento do MCSTU. Acrescentou que ninguém deverá ser excluído e que deve-se trazer todos para o melhor desenvolvimento do MCSTU, pois o mesmo deve ser sólido.

Jairo Panetta interviu comentando que o ponto levantado pelo Antonio Manzi não está resolvido, pois parece haver duplicidade de atribuições.

Antonio Manzi adicionou que é preciso uma boa coordenação para evitar duplicidade de informações.

Pedro Leite acrescentou à discussão dizendo que é importante trazer esse assunto para a sua coordenação, para que se tome a decisão de como encaminhar cada caso de conflito. Disse que é muito importante o contato com algumas Sociedades Científicas. Comentou que há alguns anos houve o interesse da SBMAC (Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional) sobre programas de modelagem climática. Faltou a evidência de um programa como esse para que houvesse a participação da SBMAC, que tem potencial para contribuir.

Joaquim Costa comentou que uma forma de integrar essas pessoas é através da figura do liaison. Essa pessoa participa de reuniões com outros grupos e traz essas informações para o Comitê Científico do MCSTU.

Enio Bueno acrescentou que é necessário dar às pessoas que querem participar da iniciativa do MCSTU, as informações que elas precisam. Pode-se ter uma homepage em que as pessoas identificam as informações sobre o MCSTU e encontram onde elas podem participar. Já se sabe o mínimo que o MCSTU deve ter e ser. As pessoas podem aderir a determinados aspectos por afinidade. Isso ajuda a organizar os grupos e as pessoas devem saber que essa iniciativa existe.

Saulo Freitas argumentou que o papel das Universidades, no contexto do MCSTU, é justamente fazer a divulgação e atuar em temas específicos e que está preocupado com a questão exposta pelo Antonio Manzi. Como exemplo, comentou que na região Sul do Brasil há pessoas que trabalham com Assimilação de Dados e que o João Gerd é quem deverá organizar os grupos desse tema, mesmo não estando nesta região.

Pedro Dias acrescentou que iniciou contatos com alguns grupos, mas que ainda há muita gente para conversar. Os primeiros contatos feitos foram com o grupo da Oceanografia. Enio Bueno argumentou dizendo que não há duplicidade de atribuições. O problema é quando um expert não fica sabendo sobre o MCSTU e não poder contribuir.

Saulo Freitas apontou que cada um dos membros do Comitê Científico do MCSTU deverá entrar em contato com as suas redes de colaboradores e organizar as colaborações.

João Gerd informou que deve conversar com o Otávio Acevedo para que este o coloque em contato com as pessoas da região Sul do Brasil, para que se possa conversar sobre os temas específicos.

Haroldo Fraga acrescentou uma sugestão, e diz que o Otávio Acevedo é o responsável por apresentar o projeto na região Sul do Brasil e que ele poderá divulgar quais são os pontos focais sobre os temas.

João Gerd apontou que seria interessante formular um documento com a ideia do Comitê Científico do MCSTU, informando o que se busca em cada uma das áreas para que os parceiros possam entender o que está sendo feito. De forma padronizada, os membros do Comitê Científico podem passar as mesmas informações sobre o MCSTU.

Jorge Gomes concordou com as colocações do João Gerd e do Enio Bueno, comentou que a homepage e o documento podem ajudar a equalizar o discurso de todos. Localmente, os parceiros devem ser agentes multiplicadores. A rede vai aumentar localmente quando os parceiros do MCSTU tiverem as informações necessárias.

Saulo Freitas solicitou ao João Gerd a organização de uma nota padronizada que possa ser distribuída para os membros do Comitê Científico.

Caio Coelho comentou sobre o tema "pré e pós-processamento de tempo e clima" e disse que pode ser o ponto focal, mas que a sua especialidade não está na Previsão Numérica de Tempo. Indicou que o Carlos Bastarz e o Paulo Kubota são pessoas que tem experiência nessa parte de pré e pós-processamento para as Previsões de Tempo.

Saulo Freiras reiterou que o Caio Coelho deve ser o ponto focal e que deverá procurar as pessoas para colaborar nos temas específicos.

Ronald Buss acrescentou que está ficando mais claro como serão abordados os temas relacionados às componentes do MCSTU, mas que ainda falta a representação na área de Hidrologia. Há uma deficiência muito grande na modelagem Hidrológica, do ponto de vista nacional (e.g., previsão de nível de rios, descargas de rios etc.). Disse que no Brasil há uma rede de monitoramento de parâmetros hidrológicos, mas que a representação dessa componente está faltando no MCSTU.

Pedro Dias comentou que há alguns trabalhos nessa linha, e.g., trabalhos do Walter Collichonn/UFRGS e outros na USP também. Acrescentou que o ponto importante nessa área são as áreas alagadas e o acoplamento entre os modelos hidrológico e atmosférico. É necessário haver um ponto focal nessa área.

Haroldo Fraga sugeriu que os pontos focais do Comitê Científico listem os seus pontos de contato e que são especialistas em áreas específicas. Os membros do Comitê Científico precisam saber quem são essas pessoas para direcionar os trabalhos dos pontos focais.

Saulo Freitas apontou que a FUNCEME (cujo ponto de contato seria o Francisco Hoilton Rios, Diretoria Técnica da FUNCEME) é uma entidade importante que pode ajudar nessa área.

Pauta 3 - Desenvolvimento do Modelo Comunitário: Parceria com Empresas de PAD - O Caso da NVIDIA

Saulo Freitas informou que o Luiz Flávio está adiantado no contato com as empresas privadas e que vai fazer uma comunicação sobre o caso da empresa NVIDIA.

Luiz Flávio iniciou sua fala comentando sobre a importância do desenvolvimento de software e o contato que tem com empresas da iniciativa privada (e.g., NVIDIA, NEC, BULL, IBM). Essas empresas estão interessadas em participar no desenvolvimento do MCSTU. A evolução das arquiteturas de computadores é muito rápida, e se não a acompanharmos, não seremos mais capazes de portar nossos códigos para as novas arquiteturas. Questionou o que é bom para o nosso núcleo dinâmico. A iniciativa privada tem muita experiência na portabilidade de códigos (eles têm o interesse prático, na otimização dos códigos), na adequação dos modelos para arquiteturas específicas. Eles também têm outros interesses comerciais. Ganhos com a NVIDIA — eles têm conhecimento sobre os diferentes núcleos dinâmicos, conhecem as dificuldades de cada núcleo dinâmico e tem expertise no uso das atuais e futuras GPUs. Caso de sucesso da NVIDIA — o modelo GRAF (Global High-Resolution Atmospheric Forecasting System) da IBM, completamente portado para GPU (com assimilação de dados e núcleo dinâmico do MPAS — Model for Prediction Across Scales). Esse produto é um concorrente oriundo da iniciativa privada. Eles têm experiência em parcerias heterogênea — Centros de Pesquisas, Centros Operacionais e Universidade (e.g., projeto ESCAPE). A NVIDIA propôs 30 minutos de palestras para os membros do Comitê Científico do MCSTU.

Saulo Freitas questionou sobre as vantagens do uso de GPUs sobre CPUs, do ponto de vista do custo e da codificação.

Luiz Flávio respondeu dizendo que depende do que vai ser codificado para a GPU. Informou que em linguagem CUDA é como portar o Fortran para a linguagem C. Acrescentou que os modelos numéricos, quando portados para GPU, têm resultados muito expressivos em performance.

Saulo Freitas questionou novamente sobre o nível de intervenção no código. Perguntou ao Luiz Flávio se ele sabe quantas linhas de código adicionais são necessárias para portar um código escrito para CPU e depois para GPU.

Luiz Flávio respondeu com o exemplo do OpenACC em que as modificações são poucas. Partindo de um núcleo dinâmico portado para GPU, é mais simples pois será necessário portar a física e fazer o mesmo trabalho que foi feito com o núcleo dinâmico.

Jairo Panetta acrescentou à discussão argumentando que deve-se tomar uma decisão sobre esse aspecto: os esforços de desenvolvimento do MCSTU serão baseados no OpenACC? Disse que é discutível se o futuro manterá o OpenACC. Pode ser que o OpenMP target tome o espaço do OpenACC. O esforço dessa conversão com certeza não é pequeno.

Saulo Freitas manifestou preocupação sobre os rápidos desenvolvimentos na arquitetura dos computadores, em vista da tomada de decisões importantes para o desenvolvimento do MCSTU.

Jairo Panetta comentou sobre o exemplo dado pelo Luiz Flávio dizendo que não se trata apenas de um mapeamento entre OpenACC e OpenMP e que é necessário discutir muito bem o assunto. A maior preocupação é sobre qual estrutura de software deve ser adotada. É necessário saber o que farão centros como o ECMWF, NCAR, NCEP, etc.

Luiz Flávio concordou com a colocação do Jairo Panetta sobre o OpenACC e afirmou que é fundamental nos conectarmos às empresas que estão na vanguarda desses desenvolvimentos. As empresas têm interesse em contribuir porque eles querem vender as suas próprias máquinas e os modelos precisam ter boa performance nelas.

Pedro Peixoto comentou sobre a sua experiência no MetOffice e no ECMWF. Eles fazem o desenvolvimento de software por camadas, sendo que uma delas é a parte científica do modelo e a outra é a do acoplamento (separação de conceitos). Como exemplos de projetos que utilizam a separação de conceitos, citou os projetos LFRic (do MetOffice) e PSyclone (componente do projeto GungHo).

Haroldo Fraga adicionou à discussão e disse que as intervenções e a organização das equipes dependerão da escolha de estrutura de computação que demandará menos intervenções. Ainda não está claro qual será essa estrutura, mas temos que contar com o que vai requerer menos interferências no código.

Pedro Peixoto respondeu ao último questionamento feito pelo Saulo Freitas (sobre a rápida evolução das arquiteturas de computadores e o MCSTU), dizendo que é necessário desenvolver estruturas de software que permitam adaptações flexíveis, utilizando a separação de conceitos.

Saulo Freitas comentou dizendo que é por esta razão que é necessário um programa de formação específica da comunidade.

Pedro Dias acrescentou que se não forem feitas as escolhas corretas, as chances de não dar certo são grandes. Comentou sobre a competência do Brasil nessa área e que podemos contribuir com as parcerias internacionais e com a expertise que o país possui.

Enio Bueno concordou com a fala do Pedro Peixoto. Na área da Física, afirmou que há muitas pessoas especializadas, mas que não são especialistas em Computação Científica. Com isso, entregarão uma boa física para o pessoal da computação otimizar.

Jairo Panetta acrescentou que o problema é mais profundo, e.g., se você escrever um modelo de transferência radiativa como o RRTM-G (Rapid Radiative Transfer Modelo for GCMs), com uma única coluna, não há como fazer com que o OpenACC ou OpenMP otimizem esse código para ser executado em GPUs. Toda a física do modelo deve trabalhar com independência, em múltiplas colunas.

Pauta 4 - Gestão Organizacional de Projetos no INPE - Exemplo do Monitora-BR

Saulo Freitas apresentou o Renato Branco e a Cristiane Zavati, da Coordenação de Gestão de Projetos e Inovação Tecnológica — COGPI do INPE. Convidou o Renato Branco para a sua apresentação.

Renato Branco apresentou exemplos de gestão de projetos no Instituto e como o INPE está respondendo à demanda de restruturação do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações). Muito do que tem sido feito no âmbito do INPE, ajuda na organização dos projetos internos, além de atender à própria demanda do MCTI. Na estrutura organizacional do INPE, a COGPI (propriedade intelectual), observa todo o Instituto e organiza um roadmap de desenvolvimento de tecnologias, em aderência com o que o MCTI espera. Com isso, o INPE desdobra esse roadmap de acordo com o seu planejamento estratégico (em termos de produtos, serviços e resultados). Como exemplo para o MCSTU, foi apresentada a estrutura do projeto "Monitora-BR", componente do projeto "Biomas-BR" (ao lado dos projetos "BIG" (Base de Informações Georeferenciadas do INPE) e do MCSTU; o Biomas-BR deve ser um dos projetos estruturantes do INPE). Dentro do "Monitora-BR", há quatro componentes que podem ser financiados com recursos do GCF (Green Climate Fund).

Saulo Freitas explicou que, nesse contexto, o GCF é um programa de fundos do Ministério da Economia e pode ser uma possível fonte de recursos para o MCSTU. Questionou o Renato Brando sobre como acompanhar a execução do projeto e que tipo de apoio a COGPI pode dar para o seu efetivo cumprimento.

Antonio Manzi interveio e destacou que o projeto do MCSTU visa o desenvolvimento de software, e que precisamos de um gerenciamento específico dessa plataforma, que tudo tem que caminhar em sintonia e esse aspecto é muito importante.

Renato Branco respondeu ao Saulo Freitas e afirmou que não há como a COGPI gerenciar o MCSTU em nenhum desses aspectos. O que a COGPI pode fazer é apresentar quais são os métodos e a forma como o Comitê Científico do MCSTU pode desenvolver o seu projeto. Cabe ao Comitê Científico buscar os sistemas e os parceiros que irão ajudar a gerenciar o projeto. Podemos fazer uma rotina para acompanhar periodicamente o projeto, mas a gestão não deve ser feita pela COGPI.

Saulo Freitas afirmou que o MCSTU precisa de um guia sobre como aplicar na prática essas ferramentas de gestão, para que seja possível enxergar como o projeto está avançando, quais são os pontos fracos e o que deve ser feito para melhorar.

Pedro Dias acrescentou que a questão da gestão de software é algo que precisa ser providenciado. Afirmou que acreditava que o COGPI do INPE faria também a gestão de software.

Renato Branco destacou que é possível que daqui há alguns anos essa gestão possa ser feita pela BIG, quando ela estiver estabelecida. No INPE, não há entidade ou coordenação que faça essa gestão ou que tenha estabelecido esse padrão.

Roberto Souto acrescentou que na sua experiência, softwares como o Trello e Redmine podem ser usados para a gestão de projetos e desenvolvimento de software. Para comunicação entre os membros, pode-se usar o Slack e o Discord.

Renato Branco incluiu que com o Trello se administram as ações dos projetos. Para a parte de gestão de requisitos e ações, se usa o Trello, o Redmine para a organização dos pacotes de entrega, o Subversion e o Tortoise para o versionamento dos arquivos do Microsoft Word.

João Gerd acrescentou que o CPTEC já está habituado a usar o Subversion e o Redmine para o versionamento de software e o gerenciamento de projetos, respectivamente.

Luiz Flávio argumentou que tem se preocupado com estes aspectos, que já solicitou a inclusão do Git no Redmine no CPTEC. A razão para isso é que a comunidade em torno do MCSTU deverá ser grande e o Git permite commits locais, permite melhor controle das revisões e evita problemas. Métodos ágeis como o Kanban devem vir na frente destas ferramentas. Afirmou que está escrevendo sobre isso e que temos que nos preocupar com os princípios de desenvolvimento de software. Trata-se de um modelo comunitário, que haverá grupos e eles precisam fazer com que suas tarefas sejam distribuídas, caso contrário não precisamos de uma comunidade. Essa comunidade precisa de princípios de desenvolvimento de software e tudo precisa ser muito bem controlado.

Renato Branco acrescentou que o legado é importante, mas que as ferramentas do MCTI são uma imposição, e fora dela, não há o que fazer.

Joaquim Costa afirmou que o que o Renato está dizendo é que há um template para incluir informações, mas isso não resolve o problema que o Saulo Freitas expôs que é a necessidade de um program management.

Saulo Freitas finalizou e agradeceu a contribuição e a presença de todos.

Ações Para a Próxima Reunião

  1. Apresentação de um documento padronizado para comunicação dos pontos focais em suas regiões;
  2. Solicitar para os pontos focais do Comitê Científico os seus contatos de especialistas nas diversas componentes do MCSTU;
  3. Providenciar a construção de uma homepage do MCSTU para agregar as informações sobre o modelo e onde seja possível aos participantes, identificar possíveis áreas de colaboração;
  4. Convidar a FUNCEME para participação no MCSTU na área de Hidrologia;
  5. Discutir sobre a estrutura de software a ser adotada, diante das opções de desenvolvimento voltadas para as novas arquiteturas (separação de conceitos, OpenACC, OpenMP Target);
  6. Buscar meios para o gerenciamento de projetos e software do MCSTU, em aderência aos requisitos do MCTI.
Anexos